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Feira de produtos bolivianos

Sábados: 19h30 às 23h

Rua Anhaia, 740 - Bom Retiro

Ao caminharmos pelo bairro do Bom Retiro durante a semana, percebemos a riqueza da indústria têxtil. As ruas são repletas de lojas e barracas de roupas. O que também notamos é que o bairro é rico de imigrantes latinos (haitianos, peruanos, bolivianos). Devido ao grande fluxo de bolivianos, existem restaurantes e bombonieres bolivianas, lan houses e bares de peruanos e aos sábados a feira boliviana Kantutita.

A feira promove a culinária boliviana e acontece dentro de um estacionamento. São postas algumas mesas e cadeiras próximo às barracas de comidas. Parece que o ideal da feira é que todo mundo peça seu prato e sente-se ali pra lembrar daqueles dias em La Paz, Cochabamba, ou qualquer outra cidade do país vizinho.

Na parte de trás do estacionamento tem um espaço destinado às crianças, com brinquedos. "Antigamente era na rua, na rua três rios com a raial de melo num supermercado que agora é o barateiro tinha uns 5 feirantes aí ficamos dois anos e jogaram a gente mais para cá, aí nos tiraram, não nos deixam trabalhar aí alugamos um salãozinho igual esse daqui. Essa feira a gente trabalha só alugando salão, estacionamento", comenta Roberto Cruquipy, um dos feirantes da Kantutita. 

Não notamos a presença de banheiros, o que é um ponto prejudicial na feira. Quanto à violência, a feira parece muito pacífica. Diferente de outros lugares que ocorre a venda de bebidas alcoólicas e com frequência existem brigas.

UMA VIAGEM DE SABORES

Experimentamos a batata preta e o milho de Dona Joana, o tempero boliviano é diferente, mais forte. Durante a visita, na barraca de Joana, em poucos minutos vários pratos começaram a ser pedidos, porém, um fato curioso chamou a nossa atenção. Enquanto a imigrante preparava as encomendas para a viagem, reparamos que a sopa de amendoim era colocada e embrulhada em uma simples sacola plástica, depois guardada em um pote descartável para ser entregue aos clientes. Alguns outros pedidos tinham o mesmo procedimento. Algo diferente que estamos acostumados a ver.

A gastronomia boliviana é baseada principalmente na sua diversidade de ingredientes provindos da agricultura. Sendo o elemento mais importante a batata. Em quase todos os pratos é possível identificar algum tipo de batata: preta, desidratada, branca. E as batatas fritas são servidas com salsichas. A carne também é muito apreciada pelos bolivianos, provamos o pernil.  

Além dos pratos de comida, também tem barracas de grãos. Diversos tipos de pimentas e milhos são vendidos. Pra vender esses produtos na feira e também comer em casa, alguns imigrantes vão ao país comprar e revendem para os feirantes. Quanto aos doces, a pipoca da Bolívia recebe vários tons, é bem colorida. Já o bolo, mesmo sendo bem parecido com o nosso, é bem mais recheado.

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Feira Kantutita/Foto por Bruna Santana 

Fotos por Bruna Santana
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Juana Carrillo

Juana está há quase três décadas no Brasil e ainda sente falta de La Paz, principalmente das comidas e dos temperos. Encontramos Joana por duas vezes, uma vendendo artesanatos na feira Kantuta, no Pari e por último vendendo comida na feira Kantutita no Bom Retiro.

Toda sua família está no Brasil, por isso Joana não tem interesse em voltar para a Bolívia para morar . “Eu trouxe o meu filho com dois anos. Ele já casou, tem filhos, eu tenho netos e a minha outra filha também já casou”. Ela conta que deseja ir no fim do ano a passeio, para levar seus netos que ainda não conhecem o país.

Quando chegou ao Brasil ela trabalhava costurando com coreanos, mas devido a não enxergar mais tão bem, trabalha apenas nas feiras aos finais de semana. Identifica como a única dificuldade que enfrenta a violência, menciona que já foi assaltada muitas vezes.

Kenny Choquevella

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Um rapaz de sorriso tímido, essa é a primeira impressão que temos ao conhecer Kenny Choquevella. Filho de imigrante boliviano e mãe brasileira, o rapaz de dezoito anos é responsável por cuidar de segunda a segunda do bar boliviano que sua família possui no bairro do Bom Retiro - SP.

O rapaz nos contou a história da família, enquanto atendia aos clientes. Explicou que a vinda do seu pai para o Brasil aconteceu ainda em 1995, após ter conhecido a mãe do nosso entrevistado, e que ela possui também origens bolivianas. Na época o chefe da família passava por dificuldades financeiras e não conseguia arranjar emprego, decidindo então seguir com a vida no Brasil. Nos primeiros meses de moradia em nosso país, o pai de Kenny viveu em uma invasão e após um tempo se mudou para o bairro onde vive atualmente com a família e possui o bar.

Ao ser questionado sobre ir a Bolívia, nos contou que foi apenas uma vez, em 2018. “É diferente, lá não é tão desenvolvido como aqui. Para onde eu fui em Cochabamba, você não acha prédio como aqui. Onde tem prédios assim é só na capital, La Paz. Claro que aos poucos vão se desenvolvendo”.

 

Quanto suas experiências nas escolas brasileiras, o rapaz comentou sobre o bullying vivido, explicou que por um tempo foi tratado como inferior por ser filho de boliviano. Disse que não ligou muito para isso, mas hoje mantém amizades apenas com bolivianos. Talvez por conta destas experiências do passado, Kenny tenha mencionado o que admira na cultura boliviana; o respeito, a forma como as pessoas se tratam na Bolívia, com humildade.

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